Desejo Utópico

Apeteces-me!
Olho para ti, e fico com desejos e vontades, que envergonhariam os Deuses mais audazes. Consigo imaginar-te fundida em mim, formando um só corpo, um só ser, uma só fonte de calor e prazer.

E porque é que me deixas assim?
E como é que me deixas assim?

Esses lábios...
Apetece-me morde-los, em pequeninas dentadas, que te fariam revirar os olhos de puro prazer! Um prazer genuíno e arrebatador, que te faria implorar por mais, e mais e muito mais!

Querer-te desta maneira, é irreal, é um sonho, é uma utopia...
Mas é assim que te quero!

E se não te quis no passado, foi porque fui cego, e se não te tiver no futuro, foi porque te quis já, foi porque te quis agora...
E se não te tiver...
É porque serás minha para sempre!

Dia de Inverno

Mais um dia de Inverno.
Daqueles dias em que te fixas, imovel, devido ao frio, laminado e penetrante, que se faz sentir.
Tu, parado...
E lá fora, o Mundo a correr a mil à hora, enquanto observas, no teu canto, estático como se fosses uma pedra, uma rocha, uma montanha...
Vês formas, vês figuras, vês cores e até vês pessoas, e tomas consciência, de como somos tão iguais e tão diferentes.
E o Mundo não pára, não adormece, imovel como tu...
E não és tu que o controlas, é ele que e controla a ti.
Mas é nesse instante, em que gelas, no teu canto, parado e que o vês mexer, que descobres...
De que maneira e de que forma é que ele, este teu Mundo, te controla...´
E não fazes nada para o impedir!